Meu melhor
O melhor de mim é o que me custa;
forjado na paciência perseverante.
É do que ando, sem saber, à busca,
enfrentando um mal-estar recalcitrante.
Vem para demolir dogmas e certezas;
restar só ocos, vazios, sem amparos.
Nos abandonos e rejeições vão riquezas,
até nada sobrar para pequenos reparos.
E eis que desse enfrentamento turbulento
parece querer emergir de mim nova camada,
como se fora exoesqueleto, num advento.
Dessa compostagem, agora revigorada,
manifesta-se-me tão valioso unguento,
e o melhor de mim vem na alvorada.