Soneto a lá Camões
Tu dormes musa, enquanto canto
e eu aqui com minha canção perdida
perco meu tempo, puto da vida
pior de tudo é que eu te amo tanto.
Por que o teu desleixo, teu desencanto?
Nos meus poemas és enternecida
enquanto isso não me dás guarida...
Minha serenata, diz, te causa espanto?
Mas, por ti insistirei com o meu canto,
esteja tu, musa, em qualquer canto
de leste a oeste, ou de norte a sul.
Mas por pensar que tu não m'escutas
me vem a vontade de te chamar de puta
e também de te mandar tomar no cu.
Josérobertopalácio