FOI O QUE NÃO FOI

Ainda é noite e tudo está escuro
Vejo morcegos, ouço as corujas
Eu lavo as mãos e vejo qu'estã sujas
E temo, então pular aquele muro

Na mesas só rascunhos - garatujas
Agora é madrugada, então procuro
Lutar contra o inimigo frio e duro
Mostrando as minhas mãos, decerto sujas

Do sangue que escorreu, da boca aberta
Do gozo prometido e nunca tido.
A noite se fazendo sem sentido
Permite à saparia num alerta

Coaxar mais alto mostra o que não foi
Repete em parnasiano um sapo boi...

 

GONÇALVES REIS
MARCOS LOURES

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 04/12/2007
Código do texto: T765033
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