Sina?

Sina? Não, não há sina, há destino

Que se pode mudar durante a vida.

É como se cuidar duma ferida

Trazida desde os tempos de menino.

 

Olhem atentamente a Margarida!

Se chama bem-me-quer ou mal-me-quer,

Às vezes, uma flor, outras, mulher...

Se bem ou mal, será sempre querida.

 

Teria uma sina a Margarida,

Por ser deste poeta a preferida?

-Não, pois há de florir noutro soneto.

 

E outro poeta dar-lhe outro destino,

Que eu sequer pensei, mas imagino...

Um quadro, na parede, em branco e preto.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/11/2022
Código do texto: T7650155
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