Por falar de tristeza
Por falar de tristeza, já secou o pranto?
Que nem era tanto, nem pouco também.
Que matou a saudade nas rodas do trem
E partiu para além do profano e do santo?
Por falar de tristeza e saudade, meu bem,
Já não sei muito bem se o pranto secou,
E também não me lembro se fui ou se vou
carrilar a saudade no trem que já vem...
Que já vem, que já vem... que já vem muito tarde,
Vem bem devagarinho, sem fazer alarde,
Sem apito ou fumaça, somente um gemido.
Por falar de tristeza, te fiz um poema
Na linguagem mais pura da arte suprema,
Ao roubar do teu seio o leite espremido.