Indígenas do Brasil
I
O europeu, quando veio ao Brasil,
Viu selvagens nus... e quis, então,
Trazer pra cá a civilização —
Ensanguentando assim o céu anil.
O nativo, porém, se insurgiu...
E o português, aquele bom cristão,
Estabeleceu a morte e a escravidão
No país que ele aqui descobriu.
Passaram-se umas eras de rapina,
E ainda se enxerga como o português,
Do indígena o valor se discrimina.
O homem, buscando lucro nímio, avança...
Mata, numa tremenda insensatez,
Nossa floresta e vida, ora lembrança.
II
Urge o capitalismo desvaneça —
E, do indígena, a luta não se esqueça.
Unam-se as gentes pobres exploradas,
Tomando do rico as terras aradas
Com seu suor e sangue! Não esmoreça
A luta pelo justo! Prevaleça
O amor, não hipocrisia. Serão amadas
As pessoas, pelo bem irmanadas!
Os antigos indígenas brilham
No infinito, provando que o bem vence
O mal. O retorno eles anelam
Para a luta final, que dará fim
À injustiça. Mesmo que se pense
Na morte, o amor real virá enfim.