Um pouco de tudo
Sou louco? Sou poeta? O que sou eu?
Sou um pouco de tudo, meu rapaz!
E ainda por cima, sou capaz
De reviver um verso que morreu.
Sou também amoroso e perspicaz,
Sei fingir que não sei o que não sei.
Sei amar como escravo e como rei
Sei fazer o que quase ninguém faz.
Sou louco? Sou poeta? Ai de mim!
Sou um cravo sem rosa e sem jardim
Que se julga um arisco beija-flor.
Sou poeta, sou louco, alegre e triste...
Um barítono-solo que insiste
Recitar com a voz de um tenor.