Chamas que reacendem
Numa mulher guerreira, chamas apagadas reacendem
Clama por justiça, pede ajuda, mais atenção e socorro
Na cadência sequencial que desliza lenta pelos morros
Destroem memórias, ideias boas exultam, transcendem.
Quanto mais lenha colocam, as chamas sem remansos
Não poupam casas, palácios ou casebres envelhecidos
Amontoados entulhos, que se deterioram, escarnecidos
Nos transcursos, condescendentes, sobram-lhes ranços.
Queimam mesmo os frutos apodrecidos em divagações
Mofos naturais de mentes subservientes e adormecidas
Dilacerantes as chamas, cremando troncos, inofensivos.
Esfumaçadas e sem fôlegos, irreconhecíveis as reações
Afogadas nas fumaças contagiosas, revertem fortalecidas
De intentos pecaminosos que, desafiados, são resolutivos.
Texto: Miriam Carmignan
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