Chamas que reacendem

 

Numa mulher guerreira, chamas apagadas reacendem

Clama por justiça, pede ajuda, mais atenção e socorro

Na cadência sequencial que desliza lenta pelos morros

Destroem memórias, ideias boas exultam, transcendem.

 

Quanto mais lenha colocam, as chamas sem remansos

Não poupam casas, palácios ou casebres envelhecidos

Amontoados entulhos, que se deterioram, escarnecidos

Nos transcursos, condescendentes, sobram-lhes ranços.

 

Queimam mesmo os frutos apodrecidos em divagações

Mofos naturais de mentes subservientes e adormecidas

Dilacerantes as chamas, cremando troncos, inofensivos.

 

Esfumaçadas e sem fôlegos, irreconhecíveis as reações

Afogadas nas fumaças contagiosas, revertem fortalecidas

De intentos pecaminosos que, desafiados, são resolutivos.

 

 

 

 

 

 

Texto: Miriam Carmignan

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Miriamcarmignan
Enviado por Miriamcarmignan em 12/11/2022
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