Parece que foi ontem

O sonho se apressava e a coruja não dormia!

Sentia-me presente da alma aos pés...

Corria, desembestadamente, como um louco deiforme.

Era o sonho versus a existência real de grés.

Na subida ou na descida o sonho esvoaçava.

Quando criança vivia plena transmutação,

Na era menino, dono do salão, dançava...

Agora, homem feito, esmero-me na confissão.

Parece que foi ontem...

E lá se foram mais de cem anos.

Lembrava-me disso trasanteontem.

E, agora, tudo é passado, acabou.

O tempo engoliu sonhos e planos...

O que era doce, azedou.