Quando a distopia existe a utopia persiste

Onde mais? Quanto mais? Onde acaba este escuro?

Mas a luz revela minha legião de falhas

Escorre lentamente pelas grandes calhas

Sangue e necrochorume enquanto murmuro

Não sei se sou as rachaduras ou o próprio muro

Se sou o bom homem no covil de canalhas

Ou mais um covarde fugindo das batalhas

Se sou sentimental ou apenas imaturo

E importa? Será que importa tanto assim?

O que afasto é justamente o que resiste

E eu resisto, armado com balas de festim

Nesta distopia a minha utopia que persiste

Procuro a esmo, dentro e mesmo fora de mim

Algo! Algo que desconfio que não existe