Pergunto-me quando virá teu Apocalipse
Porões em terra e mar eis a nova prisão
O Novo Mundo é a morte do que se conhece
A Cruz de outrora é a via crucis onde se padece
Banzo, água e sal e a ferrugem do grilhão
As caravelas dão lugar ao camburão
Com a lembrança do chicote a alma estremece
Uma mão que ora enquanto a outra escarnece
A morte é o princípio e o fim da humilhação
Cinco séculos praguejando contra os ventos
Este mundo resiste a cada novo eclipse
Com o sol levanto,cantos, alentos e lamentos
Tua espada e teu deus deixaram meu mundo em elipse
Ainda assim alertam-me sobre o fim dos tempos
Pergunto-me quando virá teu Apocalipse