CARÊNCIA
Com a alma desnuda solfejo a hipocrisia.
Diante dos abrolhos cirzo minha mente
A fim de que possa dardejar tão somente
Os ingredientes que tatuam de sinestesia
As emoções polivalentes do organismo são.
Estou nu diante de minha sombra ululante,
Tesudos espinhos me ferem o vulto amante
Que busca cicatrizar as perevas do coração.
Despido de sensações afrodisíacas místicas,
Sou levado a crer que a natureza me abriga,
Dá-me um vestuário liberto da reles intriga
Que faz de mim artesão das nuances críticas
Que segregam da consciência o rebique vital
E, assim, pulular na experiência livre do mal!
DE Ivan de Oliveira Melo