DUALIDADE
Sou como a moeda, quando lançada,
Que ao cair, mostra cara ou coroa.
Ora estou mal, ora estou de boa,
Triste, chorando ou dando risada.
Assim, a vida vai sendo levada,
É deste modo que meu tempo escoa.
Vai tão depressa, parece que voa,
De tão curta é nossa caminhada.
Se não levo a sério a existência,
Em orações, a Deus peço clemência,
Por desperdiçar a dádiva dada.
Poderia culpar a poesia,
Porém seria pura covardia,
Culpar a quem não tem culpa de nada.