Dia final...?
Ao dia do Juízo
O alegre do dia entristecido,/ O
silêncio da noite perturbado/ O
resplendor do sol todo eclipsado, / E o
luzente da lua desmentido!
Rompa todo o criado em um
gemido,/ Que é de ti mundo?/ Onde
tens parado?/ Se tudo neste instante
está acabado,/ Tanto importa o não
ser, como haver sido.
Soa a trombeta da maior altura,/ A
que a vivos e mortos traz o aviso/ Da
desventura de uns, d’outros ventura.
Acabe o mundo, porque é já preciso,/
Erga-se o morto, deixe a sepultura,/
Porque é chegado o dia do juízo.