Invólucro breve
Eis um grande perigo em não se ser
tudo que pode, é um invólucro breve
o tempo, não se usar como se deve
crime e castigo, lento esmorecer
Parece que pareço perecer
e padece tudo que um dia foi leve
rabisco um pergaminho que prescreve
são notas para um novo alvorecer
são pesados os ponteiros que me arrastam
o espelho e seu reflexo me contrastam
eu sou o que serei ou o que agora sou?
São tantos os pensamentos que me exaustam
Serei os paradoxos que me devastam?
Estou sempre lá onde eu não estou?