Desapegar-se
Desapegarmo-nos de coisas inúteis e dispensáveis
Daquilo que pensamos ser útil e nenhuma falta faz
Abrir mais espaço nos “armários”, sermos capazes
Vivermos leves, envelhecermos flóreos e saudáveis.
Desentulhar das prateleiras as lágrimas entulhadas
Renovarmos os nossos santuários dos velhos apegos
Livrar-nos de falsos amigos, crendo ser aconchegos
Invalidados que nos subestimaram nas encruzilhadas.
Os ciclos passam e se fecham, enquanto tudo acelera
Ondulantes e sonhadores somos para novas quimeras
Com espaços livres, brilhos clareiam em nossos passos.
Aveludado esplendor nas cores das flores perfumadas
Vagos sentimentos que afloram em nossas jornadas
Errantes, pensantes, seguimos adiante em compassos.
Texto e imagem: Miriam Carmignan