Ecos

São traços, ecos, veios do passado,

que teimam sempre em horas do presente,

nossa lembrança, cálida ou premente,

nosso desejo, farto ou desprezado.

 

O tempo faz-se vago e desbotado

nas horas que se mesclam no ambiente.

Os vultos da memória persistente

fazem de antanhos vívidos um fado.

 

Atemporalidade assaz real

ou simples veleidade de um mortal?

O que é o tempo em dias sem destino?

 

Os ciclos passam,  levam toda a glória

e em nossa sapiência tão inglória 

desmerecemos seu constante ensino!

 

Este soneto é  um interação com a tela 

"Persistência da memória" do pintor espanhol Salvador Dalí. 

(óleo sobre tela, 1931)

 

Foto: Google

 

Do amigo Jacó Filho:

COS DA ALMA

Quando no tempo minha mente voa,

Traz pra hoje memórias do passado.

E o maior sentimento que ecoa,

É um amor que quer ser renovado.

No eco você se mostra,

E diz-me que ainda gosta,

Num canto que do céu, soa,

Que serei sempre amado,

Quando no tempo minha mente voa,

Traz pra hoje memórias do passado

 

Do amigo Jota Garcia:

UM RASTRO DE ALEGRIA

Na clepsidra, um pingo, outro pingo,

Com o tempo a escorrer indiferente.

Importa-lhe o ritmo somente,

Hora, segundo, domingo a domingo.

 

Que importa estar subtraindo,

A cada pingo, o tempo da gente?

Se lhe peço uma pausa, é inclemente,

E segue em frente, um pingo, outro pingo.

 

O que nos resta é viver cada dia,

Como fosse o último que nos resta.

Fazer de cada ato uma festa,

 

Beijar, abraçar sem economia.

Assim, na hora em que partirmos desta,

Vamos deixar um rastro de alegria. 

 

 

 

 

 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 21/10/2022
Reeditado em 08/11/2022
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