L’appel du vide
“My dwelling is the shadow of the night.
Why doth thy magic torture me with light?”
(Byron, MANFRED)
Oh! Tu que vens uma vez mais iluminar
Os confins de minha obscura moradia,
Onde, desde que a erigi, a luz do dia
Em coruscantes raios nunca ousou chegar;
O que é que ambicionas, assim, a tatear
Aos trambolhões por entre a espessa, sombria
Escuridão de meu lar, onde a luz do dia
Com seus fúlgidos raios não vem dançar?
Quanto mais perscrutas tu minha escuridão,
Mais despisto teus passos; sempre a me esconder,
Gargalho à beça desta tua pretensão
De encontrar-me – tolo! Não vais aprender?
Sou a IDEIA que ainda dorme, em inação!
O pensamento que não podes conceber!