A Fortaleza

Nos pântanos soturnos da tristeza

Entre os sevos ciprestes suplicando,

Nos umbrais a medula da realeza

Demoníacos gênios estão ceifando.

Nos corpos desnudos desta incerteza

Os abismos fecundos delirando

Um mar de sangue na última mesa

Sombras da noite triste apavorando.

Um rio de tempo que também transcorre

Tormento da alma que no final morre

Cegos da fortaleza interminável.

Um demônio misterioso que corre

O viageiro enxerga o abominável

Sorte e morte da mulher execrável.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 18/10/2022
Reeditado em 18/10/2022
Código do texto: T7630611
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