ESTRAMBÓTICA ENCOMENDA III
“Pontinha PSP, contas finais”
Eureka, finalmente intacta a Encomenda,
Que vadiou seis semanas por ceca e meca,
E, por tortuosas sendas levadas da breca,
Desesperando, cá chegou bem, a rica prenda.
Neste País, nadica de nada tem emenda…
Todos lamentam: ou há água a mais, ou há seca;
(O que mingua nesta terra é a estaleca…
Faltando saber se existe alguém que tal entenda).
Coitada da Encomenda, feita barata-tonta
Ouvindo aqui e além sonoros de assobio;
Ninguém sabe nadar, quer no mar, quer no rio,
A não ser que a gorjeta s´ antecipe pronta…
Todavia, porém, o destino se salvou:
A ingénua vontade e a frágil paciência
E, acima de tudo, uma tenaz resiliência
E a bonomia do “processo” qu´ enfim singrou.
Eureka, eureka, diria à luz da lanterna
O indómito Diógenes, ao vislumbrar o herói:
Homem duma figa, onde está a chaga que te dói?
Já sei … eureka! Ela dura, dura, e é eterna!
Frassino Machado
In ODIRONIAS