Ibi cubavit Lamia
(A Beatriz Uchôa)
Sangrento espírito! Profana fantasia
Que nos sulcos do Cérebro se insinua!
Pressinto a rastejar, langorosa e nua,
A silhueta indistinta de uma Lamia.
Surge quando a Penumbra sufoca o Dia –
Qual uma serpente coleia e sinua –
E vem tentar-me, sempre langorosa e nua,
Com sede de sangue e sexo – a Lamia.
Seu duplo apetite querendo saciar,
Me envolve num mortal amplexo de serpente
E, com meu sangue em suas presas a pingar,
Em meu ouvido cicia, amorosamente:
“Não aprendeste? É em vão que tentas batalhar
Contra o delírio que o matará finalmente…”