Envelhe(ci)mento
Solta os cabelos e lhe deita a tinta.
Pinta-lhe o branco; mas logo ele volta.
Revolta: artesã escrava de quinta.
Trinta; entra nos ‘entas’ sem uma escolta.
Sem volta, há estrias e dói a variz.
Crise de pânico; ninguém entende.
E surpreende a nova cicatriz.
O nariz, nesse estigma se prende.
Tende ao desalento; há uma brasa.
A casa do amor sempre reacende.
Aprende que a vida nunca é rasa.
Vaza do achaque; busca o que pretende.
Rende-se ao feliz, e não se atrasa
Asa perde força, o sonho é duende.
#ordonismo
Uberlândia MG