FATAL

Ao assistir-te, pétala, da rosa desprendida

Em devoluta queda, no ciclo em conclusão

Deixando-se ir arrematada, fatal condição

Me vi, semelhante, no ser, em despedida

Tempo idos, e a quimera do sonho parida

Remindo todos os arroubos meus, sanção

Vou em subida, com a versada imaginação

Seca, ocorrida, suspirante, no chão caída

Agora só, e a escrever a solidão a vagar

Numa saudade que do peito dá pra ouvir

Traçando conto, sem capricho no contar

Olhando a rosa, sempre formosa, a sorrir

Por que o despetalar? Sina, que faz chorar

A dor do verso, de quem, mais, quer ficar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

12/10/2022, 14”45” – Araguari, MG

Canal do YouTube:

https://youtu.be/9qXCTIc16p4

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/10/2022
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