(Chiaroscuro)

"Qualquer coisa de obscuro permanece"

Na poesia torpe que escreve a tristura

Na sombra de uma lágrima rude e dura

No opaco que uma desventura refece

“Aranha absurda que uma teia tece”

Que fia a desilusão de uma amargura

Em uma trama duma ressentida figura

Com a sensação em sua amorfa messe

"Mas, vinda dos vestígios da distância"

Essa saudade que o peito muito sente

Suspira forte, vestígios de importância

"Remiu-se o pecador impenitente"

Dessa dor que na alma é constância

Indigente, “chiaroscuro”, persistente...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

09 outubro, 2022, 15’11” – Araguari, MG

Soneto em parceria com Fernando Pessoa

Canal do YouTube:

https://youtu.be/yCKarNChDfc

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 09/10/2022
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