Soneto pela tolerância

Um urubu filósofo e um homem,

que não tiveram mais o que fazer,

puseram-se, os dois, a debater

acerca da verdade do que comem.

O humano enaltecia o pão e o vinho.

Mas, o urubu se ria do inocente

que achava natural e evidente

semelhante manjar, tão comezinho...

Dizia que ao seu olfato só atiça

o extravagante aroma da carniça,

convicto do seu fino paladar!…

Veio a ciência mas… – não resolvia.

E acabou neste acordo a vã porfia:

Jantar na mesma mesa: nem pensar!

J C B Camerini
Enviado por J C B Camerini em 07/10/2022
Reeditado em 07/10/2022
Código do texto: T7622257
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