Amarguras de um olhar
Meus olhos são chorosos cataclismas,
Borbulham gotejando insano afã.
São sórdidos, punjentes, sem elã,
Enxergam tudo em vão, em rudes cismas.
Meus olhos vêem dor, errante prisma,
Com muita ambiguidade, dó terçã.
Enxergam vasta noite na manhã,
Repletos de falácias e sofismas.
Meus olhos choram lágrimas sortidas,
Desabrigados, vivem sem suporte.
Lacrimejando pranto, águas sofridas,
Amargurados, lançam grito forte.
Meus olhos fadigaram-se na vida,
Meus olhos choram lágrimas de morte.