SONETO FINADOS
Nesta vida de encanto e desencantos,
Em que o sossego perene torna-se guerra
E no chão mórbido sete palmos se enterra
E enche os olhos frágeis de infinitos prantos.
A fé converte-se em descrença nos santos,
Em cada passo que se dá no chão encerra,
E a lage fria envolve o inerte corpo, e a terra,
Esconde o negro féretro em todos os cantos.
Num ligeiro suspiro uma vida que segue,
Já em pensamentos, vendo-se no futuro,
No peito de alguém que ao deitar se ergue.
E o fio da espada que desfere o corte,
Os olhos de alguém abre-se no escuro,
Na escuridão do além, no breu da morte.
(YEHORAM HABIBI)