A uma Galeria de "Heróis"

Aqui se firmam os varões valentes,

Tal e exclusivamente na parede;

Se precisares, eles 'stão ausentes,

Não podem mais te saciar a sede.

Nem tampouco matar os inocentes

Que descansam em casa, numa rede

Já não lhes cabem mais guerras frementes,

Já não podem mais nada o que se pede.

São à mostra os heróis sanguinolentos

Empoeirados pelos sóis e ventos:

Dança escomunal que até retumba...

Ah! Mas eles têm por honra as medalhas

E os que partiram no fio das navalhas

Têm por memória tão somente a tumba.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 29/09/2022
Código do texto: T7616917
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