NO CORAÇÃO DA NOITE

Águas, que são, como cristais, transparentes.

Desviam e, de forma impetuosa, seguem.

Ou, no caminho, contornam silenciosamente.

Igualmente os trabalhadores do mar perseguem.

Águas, há aquelas que tudo invadem;

assim como, quando necessárias, lavam.

Deslizam rapidamente e, entre as mãos, se evadem.

Como a areia entre as palmas das mãos que cavam.

Água, és tu, de trabalho, o instrumento.

Todavia também podes ser avassaladora.

Como meio condutor, és indispensável no movimento.

Quando fora de controle, tomas proporções destruidoras.

No teu silêncio, apresentas singular solidão;

especialmente, no coração da noite, na escuridão.

Revisora textual, Consultora literária, Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal; Membro efetivo da U.A.V.I (União de Autores Virtuais Independentes); Acadêmica Imortal da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL) e Imortal Fundadora da Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA)

Inspirada em Victor Hugo: "São singulares as solidões da água" (Trabalhadores do mar)