UM GRITO
Meus olhos nublam ao olhar a tela,
Como se através do sangue vissem.
O ruge assume a cor da imundice,
Na pouca luz que perfura a janela.
Diviso a ponte, em meio à procela,
Seu aspecto de total velhice.
Atravessá-la é pura sandice,
Ainda mais sem fogo e nem vela.
Porém alguém se atreveu a cruzar...
É louco! Posso ver em seu olhar...
Vejo angústia e medo, está aflito.
Com o barulho do mar, nada ouço,
Apenas imagino o esforço,
Ao tentar, em vão, emitir O GRITO.