Trago no olhar o horror do imenso medo

que me ameaça e, sempre que me invade,

desanca o tempo que antes era quedo,

deixando sem razão qualquer verdade!

 

Um grito mudo surge e um gosto azedo,

dentro da boca, acirra a ansiedade,

nesse perecimento eu só me excedo

e a paz etérea que sonhei se evade.

 

Em cada vulto vejo um inimigo,

no que era azul impera um fogaréu,

tudo me afeta, até a cor do céu!

 

A realidade não está comigo,

não sigo, não respiro, perco o norte,

só grita em meu semblante a dor da morte.

 

Janete Sales Dany

 

Atividade

FÓRUM DO SONETO

TRILHA DE SONETOS

LXXVI- DIÁLOGO COM A

PINTURA 

"O GRITO - 1893",
de Edvard Munch.

Janete Sales Dany
Enviado por Janete Sales Dany em 25/09/2022
Reeditado em 25/09/2022
Código do texto: T7614164
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