Quem és tú

 

A luz do sol, na poça d’água irisa,

depois da chuva de ontem. Incendeia...

Lucila a primavera, balanceia...

Manhã. Viça o poema teu c’ a brisa.

 

Pétalas d‘ ouro gesta e canoniza

em folhas brancas. Versas e  floreia

a rima inda em botão.  O verso permeia

pela corola aberta... Ah! Poetisa...

 

Quem és tú? E este olhar que prefulgura

e que d’ outrora trouxe a margarida

outra vez?... Quem és tú? Uma mistura

 

—de lembranças  e sonhos— atrevida.

Ah! A poesia és, que transfigura

por todas primaveras de mi’a vida...

 


 

IMAGEM: da autora

 


 

Decididamente não estou nos meus melhores dias para escrever. Gastei o dia todo nesse soneto. Falando sério. Fiquei dias sem escrever e quando decido, vai sofrer assim. Mas enfim saiu pois era preciso comemorar a chegada da primavera. Primavera para mim tem cheiro de saudade das margaridas dos velhos campos lá da roça. O tempo de minha infância. Infelizmente hoje já não tem muitas como antes quando os campos eram praticamente amarelos de tanta margarida que tinha. Essa que fotografei ano passado foi uma raridade . Feliz primavera a todos. Desejo a vocês muita inspiração.