Sexta à noite

Eu deveria ir para aquela festa,

Ouço-a daqui de cima, longe de tudo.

E encarando os livros que não estudo

Novamente essa solidão me infesta.

Tento observar pela estreita fresta

Os boêmios e a orgia do absurdo.

Sinto o álcool, razão fulcral do mundo

E me vejo feliz em meio desta.

Lentamente, termino o café morno

Com o olhar imóvel em minha cama.

"Apenas eu e meu depressivo entorno".

Que se foda isso! Hoje arderei igual chama

Vou sair sem ter hora de retorno!

Dorme só poesia! E dai-me hoje brahma!

Felipe Barroso
Enviado por Felipe Barroso em 23/09/2022
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