Sexta à noite
Eu deveria ir para aquela festa,
Ouço-a daqui de cima, longe de tudo.
E encarando os livros que não estudo
Novamente essa solidão me infesta.
Tento observar pela estreita fresta
Os boêmios e a orgia do absurdo.
Sinto o álcool, razão fulcral do mundo
E me vejo feliz em meio desta.
Lentamente, termino o café morno
Com o olhar imóvel em minha cama.
"Apenas eu e meu depressivo entorno".
Que se foda isso! Hoje arderei igual chama
Vou sair sem ter hora de retorno!
Dorme só poesia! E dai-me hoje brahma!