Amor tão áspero
Aqui chorando estou a pena minha,
Com que o duro Amor sempre retratei,
E no rude desengano que passei
Pude ver que Amor nenhum me convinha.
Reprimido pelas mágoas que chorei,
Lamentei o mal, que por certo vinha!
Se uma hora esperança alguma tinha,
Fora em vão que tudo, enfim, deixei!
Não sei para que, enfim, desejo
Já de ser num tempo tão próspero,
Se, pois, no que me inclino ,desfalece.
Mas de tão estranho posto me vejo,
Que esse Amor que busco, de tão áspero,
Sempre estando em falta mais me cresce.