SONETO DA AUSÊNCIA TUA

Quando virás, paixão cinza e dolente,

Fincar no coração meu, teus punhais?

Eis que já não suporto viver mais

Uma vida de ausências pela frente.

R.

Contigo estar sem a presença amada

Senão no peito ardente em convulsão,

Pois que longe de ti, sou apenas nada,

Silêncio vago em franca solidão.

E com a alma já em mim enclausurada,

Sou cárcere privado da paixão.

Da ausência tua cativa acorrentada,

De mim nada mais sou do que um borrão.

Procuro-te na noite alta, sombria,

Com teu nome soando pelo espaço

E junto à estrela mais bela, mais fria

Deixando pela estrada cada passo,

Assim, das trevas vou até a luz do dia,

Buscando sofregamente teus braços.

Alessa B
Enviado por Alessa B em 22/09/2022
Código do texto: T7611784
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