TIA FRANCISQUINHA

TIA FRANCISQUINHA

Mulher forte e cosmopolita

A pragmática moça viajada

Uma pretensiosa senhorita

Na família foi muito amada

Não se submeteu ao varão

Em verdade, ela se bastou

A força por detrás da ação

Na honra sempre acreditou

Viveu a dinâmica da labuta

Fez da confecção a sua luta

A professora sem preceitos

Tinha alva ideia dos direitos

Ser de diversão contagiante

Gente que se tornou gigante

Marco Antônio Abreu Florentino

NOTA: Em continuidade às homenagens póstumas para as tias, irmãs da minha mãe, faço este soneto à tia Francisca Serra Abreu (Francisquinha), mulher de uma força extraordinária, que tomou as rédeas econômicas da família trabalhando como professora na rede pública e com confecções após a extinção da fábrica de torrefação do Café Santa Rita, na Rua Princesa Isabel, que era gerenciada pela irmã mais velha Ana Serra Abreu (Anita).

Muito viajada, foi a primeira e única tia que nos visitou quando estávamos no Rio de Janeiro, Curitiba e Belém. Eu e meus irmãos éramos muito apegados a ela.

Quando meu pai foi transferido pela Aeronáutica pra Belém do Pará, ficamos hospedados provisoriamente durante seis meses na casa dela e da minha avó, agora na Av. 13 de Maio, perto da Igreja de Fátima, para que pudessem, juntamente com outras duas tias - Anita e Eudes (Eudinha) rezar todos os dias. Nos receberam de corações e braços abertos.

Tia Francisquinha, por muito tempo, esteve à frente dos encontros festivos da família, seja na coroação de Nossa Senhora em Maio, seja no natal e ano novo ou nas datas referências, como aniversários e formaturas.

Sua casa sempre esteve aberta para a família e amigos. Recebia todos com sorriso contagiante e muita alegria.

Obrigado minha tia amada, onde quer que esteja... ou não esteja. Te amo. Te amarei enquanto viver.

https://youtu.be/lXyMhZZy4mg

(Oração de São Francisco de |Assis - musicada)