Dominus
Um instante pra saber todo o poder
Sei lá se sou um demônio, um arcanjo
Muda a brisa, avisa o pranto deste anjo
Cético o poético verseja a pender.
Um santo, no canto do desencanto
Na luz nua que cai sobre o poeta
Perdidas decepções do hábil esteta
Jurado, marcado, ceifado encanto.
Pois, embora o poeta vá sofrendo,
Anjo caído, na nostalgia morrendo
As trevas advêm do céu da razão.
Sobre a dor, esquivo amor em perigo
Uma radiação que cai sobre o castigo
Demora que devora o coração.