Cápsula

Aí estás! Quanta beleza e encanto

pode existir sobre a epiderme humana!

Range o universo por cair; no entanto,

nada te abala a compleição nem dana.

Nada te risca o espectro. Este pranto

de quem se esvai na dor não te atazana.

Tudo é cruel. Mas para ti, nem tanto;

segues no altar, inculpe soberana!

Mas que prazer pode existir, pergunto,

em proteger-se de qualquer assunto

dentro da cápsula de tal beleza?

Só teu olhar não nos esconde tudo;

rompe a imponente rigidez do escudo

e deixa quase escapulir tristeza.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 16/09/2022
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