Cápsula
Aí estás! Quanta beleza e encanto
pode existir sobre a epiderme humana!
Range o universo por cair; no entanto,
nada te abala a compleição nem dana.
Nada te risca o espectro. Este pranto
de quem se esvai na dor não te atazana.
Tudo é cruel. Mas para ti, nem tanto;
segues no altar, inculpe soberana!
Mas que prazer pode existir, pergunto,
em proteger-se de qualquer assunto
dentro da cápsula de tal beleza?
Só teu olhar não nos esconde tudo;
rompe a imponente rigidez do escudo
e deixa quase escapulir tristeza.