ANTROPOFAGIA
autor:j.r.filho.
O azul do céu, em fortes pinceladas,
Fazendo que na tela se distinga
A imensidão do corpo nu, sem ginga,
Que tem o “monstro” em formas alteradas.
O quadro esbanja cores variadas;
Destaca-se o bioma caatinga:
Um cacto que, sob sol dourado, vinga
Em solo, hostil, de gentes castigadas.
Perfil, de puro cunho modernista,
Que consagrou o nome dessa artista
A singular: Tarcila do Amaral.
As dimensões disformes, sem padrão,
Procuram expressar a convicção
De que a arte faz papel de canibal.
Amélia Rodrigues-Ba. 15/01/2022.
Soneto inspirado no quadro Abapuru.
Construído para a Trilha LXVI: Diálogos com a Pintura.
Do Fórum do Soneto.