ANTROPOFAGIA

autor:j.r.filho.

O azul do céu, em fortes pinceladas,

Fazendo que na tela se distinga

A imensidão do corpo nu, sem ginga,

Que tem o “monstro” em formas alteradas.

O quadro esbanja cores variadas;

Destaca-se o bioma caatinga:

Um cacto que, sob sol dourado, vinga

Em solo, hostil, de gentes castigadas.

Perfil, de puro cunho modernista,

Que consagrou o nome dessa artista

A singular: Tarcila do Amaral.

As dimensões disformes, sem padrão,

Procuram expressar a convicção

De que a arte faz papel de canibal.

Amélia Rodrigues-Ba. 15/01/2022.

Soneto inspirado no quadro Abapuru.

Construído para a Trilha LXVI: Diálogos com a Pintura.

Do Fórum do Soneto.

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 16/09/2022
Reeditado em 16/09/2022
Código do texto: T7607150
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