Meu Pai
O Benfeitor do manto: — Ó linho branco!
Naquela noite tu estavas de preto
E eu sentado no rústico do banco!
Segurava a tua mão com o amuleto.
Mas pude desenhar no solavanco:
... E riscava os rascunhos do graveto,
De coração singelo e muito franco;
— Como viajei nas asas do coreto!
Mil vezes beijei as flores da vitória
Vi o resumo da vida na história,
Imensa prece no auge da canção!
Um grito de: — Adeus!...— Único e infernal
Sentindo aquela dor descomunal,
... E finalmente a esquina da missão!
Machado de Carlos
Ribeirão Preto, 13 de setembro de 2022
21h22