Transição complacente

 

O medo de partir ficou no passado,

na fotografia desbotada

que o tempo esqueceu de apagar,

que sol ofuscou na luminosidade da despedida.

 

O pavor de perder o trem levou a estação

desconhecida do interesse humano,

renegado na lembrança olvidada,

o supremo passado perdido por todos.

 

Assim a lembrança do apogeu descolado,

no amanhã após a despedida,

tornou célere o medo de ir embora.

 

Sem a gargalhada ofuscada pela estrada,

a certeza do dia seguinte,

eleva a transição complacente do tempo que passou.