O TEATRO DAS COISAS QUE EU GOSTO
me visto daquilo que não sou
para o deleite de uma platéia de canibais
tudo à minha volta é cotidiano
quando me deito sonho com lupercais
sou um sátiro e uma bacante
sou o vinho de mim mesmo derramado
para que haja apenas dor e não sede
apenas dor e sêmem sobre o veludo encarnado
vade retro demônio das coisas plausíveis!
tanto tempo ensaiando a mesma fala imunda
e você me vem com equilíbrio?
não me interessam paraísos tangíveis
quando posso muito bem vagar por vias profundas
e marcar meus ex-líbris