Postos em degredo
Passatempo, a vida vai, vil relógio
São asas de Anjos de uma morte lenta
A fumaça do carro é cheia de ópio
E o Sol nos queima mas não nos esquenta
Faz falta a alma daquilo que se ostenta
E a desesperança dá lugar ao ódio
Com cruas verdades, se tenta, se inventa
Há tantos campeões e tão pouco pódio
Inundam veias cheias de vazio
Sensações como euforia, agonia e medo
Ateáveis muito perto do pavio
Viajamos juntos, todos em degredo
Neste navio, neste rio, por um fio
Somos nós, todos nós morremos cedo