Volúpia
No mago despudor dos primos dias,
nesse deslumbre insano e sem recato,
no ardor que faz o sangue em ardentias,
dou-te meu corpo nu e sem ornato.
Brumas escuras, dúbias poesias,
as luzes dentre os vagos de um hiato...
Meu corpo! Trago nele o que pedias:
um beijo louco, sôfrego e insensato.
Eu tenho rosa rubra em meu olhar,
raios de sol nas mãos a te abraçar
e o meu amor em cálices de fogo.
No corpo trago os rastros de desejos
e envolvo-te em intrépidos ensejos,
ardentemente, em deleitoso jogo...
Mais um da série "Dialogando com Florbela Espanca "
Do amigo Jacó Filho:
INCONTIDOS DESEJOS
As mãos parecem saber,
Dos toques e pressão certa,
E nos faz estremecer,
Acendendo o alerta.
Pra tornar mais prolongado,
Cada prazer provocado.
Que não podemos conter.
Pros desejos serem festa,
As mãos parecem saber,
Dos toques e pressão certa...