AUSÊNCIA, UMA

A folha em branco, uma ausência apossa

Do coração. Nada é leve, a emoção vazia

Sem calor, tão desamparada está a poesia

A noite adentra e uma prostração endossa

Letras amargas, cruas, vou até onde possa

Sentimento solto ao vento, de pouca valia

Que a própria poética no versejar desafia

Em um carecente que está solidão esboça

Fomentos que com um pouco se asilam

Se fazendo indolente, inusual e horrível

Como rabiscos fossem, assim, suspiram

Olho a folha em branco, atento, sensível

E das inquietas sensações, nada cintilam

Somente um volúvel sussurro inaudível...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

06 setembro, 2022, 22’42” – Araguari, MG

Vídeo no Canal do YouTube:

https://youtu.be/lxio7lh8tiI

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/09/2022
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