PESADELO
(Interação ao poema A UM PORCO MORTO, do poeta Herculano Alencar)
Ih! Agora é que a porca torce o rabo!
Confesso que adoro uma costela,
Como poderia viver sem ela,
Que só de pensar, já salivo e babo.
Barriga cheia, na rede desabo,
E logo um pesadelo me atropela:
Vendo a sangria pela janela,
Bate a tristeza e com ela me acabo.
Quando estiver comendo meu torresmo,
O meu prazer jamais será o mesmo,
Aquele prazer que antes sentia.
Fui aprender de um modo tão medonho,
Foi preciso ter a visão, num sonho,
Para que eu soubesse o que já sabia.