À margem
Não cessam de me importunar todo dia
Com alguma indesejada informação
Sobre o mais novo ídolo da multidão
(Que, se é famoso, até hoje não o sabia);
“Compre isto! Compre aquilo!” – Todo dia
Metem-me aos olhos uma nova invenção
E, se paro para decifrar seu jargão,
Nada depreendo sobre sua serventia;
Até admito! Tudo parece tão belo
Mas não posso (ou quero) nisto me envolver:
Eu não tenho dinheiro, nem pretendo tê-lo,
E vivo à margem, como bem me aprouver –
Não sendo rico, tampouco querendo sê-lo,
Vivo à margem; sim – mas sei melhor viver.