Lágrimas de sangue
Meia-noite lacrimal no cemitério
Na catacumba infernal do rei verme
Numa possuída hora o coração preme
O uivo dos zéfiros ronda o mistério.
Domínio sombrio do vil deletério
Na madrugada seva em que Nyx geme
A alteração anatômica que preme
Na amnésia telúrica de um sumério.
Nas terras eivadas jaz o cadáver
Nos ferais restos o riso do crânio
Ossos velhos e nacos de titânio.
Tácito uivo de um flébil carniceiro
Um corte na mão, a sangrar o coveiro
Terra a cavar que teimas a revolver.