Pintura

Naquela sala quando tu entraste,

como da estrela mais brilhante vinda,

não sei medir que nível de contraste

evidenciou a tua imagem linda.

Nada sutil – o que inicia e finda

o violão, a corda, o braço, o traste –;

era grandioso, e era maior ainda:

marco que afasta o que é vulgar da arte.

O ambiente expunha teu venusto rosto,

e ele, ficando cada vez exposto,

mais parecia o angelical estádio.

Nisto, eu cismei belíssima pintura:

de corpo e alma, feito criatura;

em luz e sombra, às mãos de Caravaggio.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 02/09/2022
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