>AH! MEUA MOR...

Dos medos sou mestre disfarçada
Andando firme olhar na direção
Mas, no coqueiro uma rede balançada
Já vem o sonho um cafuné saio do chão

No teu tinteiro ainda há tinta de montão
Na grafia firme a mesma perfeição
Já na saudade que arvoreja o coração
Só nos poemas ameniza esta canção

Na miopia veio o riso estupefato
Nos diabetes de gosto adocicados
Tudo é poema nas mãos poeta nato
Que em tudo cria com talento disparado

Neste castelo nada rui tudo no ar
Amor trafega navegando em alto mar
Eu passageira dou-te a mão onde estás

Enfrento as ondas revejo o temporal
Nas águas claras joguemos a poeira
Indo além aonde à vontade nos queira

Amiga das palavras, companheira
Versando cada verso sobre ti
A porta que se abriu, decerto queira
Bebendo do calor que percebi

Existe na palavra costumeira
Formando o laço firme em que senti
A manta que é formada da bandeira
Mudando o meu destino desde aqui.

Balança este coqueiro, minha amiga
Não deixa restar pedra sobre pedra,
A sorte benemérita prossiga

No rumo em que a saudade sempre medra.
Vencido pelos óstios da ilusão,
Perfundo com perfume, o coração.

SOGUEIRA
MARCOS LOURES


Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 30/11/2007
Reeditado em 30/11/2007
Código do texto: T759041
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